... lembranças, muitas, coincidências,
não, lidos também não. VIVIDOS SIM!
Duas Casas e Quatro Personagens
Ainda ontem outubro de 2017 recebi em casa
um extrato que dizia que eu tinha direito num resquício de Pis Pasep ou FGTS,
achei meio estranho mas chegou um segundo aviso e com isso fomos à Caixa
Econômica Federal e nos foi informado que o valor era um saldo de FGTS,
pendente do Colégio Riachuelo e dos Correios e que a Previdência Social me
forneceria um documento comprobatório para o caso e eu deveria apresentar
carteira profissional comprovando os dois empregos. Que surpresa, que coisa tão
agradável, que lembrança extraordinária, pois estamos falando de fatos e dados
do início da década de 80, regalias a mim ofertadas por duas casas que fizeram
e fazem parte da minha vida. Duas
figuras: uma da professora e eterna Diretora do Colégio Riachuelo, Ady Aguiar
do Carmo e outra do grande e eterno amigo Alfredo Bihel, companheiro e amigo, da
Assembleia Legislativa de Minas Gerais e do antigo PSD; amigo fraterno
responsável por minha ida para os Correios e responsável pelo meu retorno ao
mesmo após minha primeira demissão em 1961. (Fui demitido dos Correios uma
segunda vez, em 17 de novembro de 1987). Dona Ady, Diretora do Colégio Riachuelo onde
eu comecei minha vida como professor, casa e carreira onde eu joguei meu
coração.
A
vista disso e pela regalia que eu jamais esperava, resolvi, em agradecimento,
mandar celebrar, na Igreja de São José, uma missa pelas almas de Ady Aguiar do
Carmo e de Alfredo Bihel. Missa celebrada pelo Padre Carlos (se não estou
enganado), as oito horas, excelente celebração com vários cantos, louvores e um
louvor específico: - Jesus Cristo/ Jesus
Cristo/ Jesus Cristo/ Eu estou aqui ...
Nessa Missa, durante a Consagração do Pão e
do Vinho para a Comunhão, durante os cânticos, eu, sentado na lateral esquerda da igreja, diante
da primeira porta, senti um vento frio
soprando e isso de imediato, este vento
frio, me levou ao “principinho” da década de 1950, eu então com menos de 10
anos de idade, sentado perto da
escadaria da Igreja de Nossa Senhora da Paz, no Bairro Cachoeirinha, -na velha Igreja – nos fundos
do Grupo Escolar Mariano de Abreu, onde fiz meus primeiros estudos, onde fui
alfabetizado. Era um vento frio, num sábado à tarde e eu esperava para as aulas
de catecismo, nos Salões da Igreja. Senti uma ventania muito forte e fria, não
havia “vivalma” na rua e eu me senti tremendamente sozinho, aos 10 anos de
idade, a espera de uma aula de catecismo que não houve, triste e sozinho. Não
sei por que “cargas d’água”, não sei se coincidência, nesse momento da
celebração da Missa, da celebração da Eucaristia, senti, outra vez, aquele
mesmo vento frio do tempo de menino, e agora, naquela manhã, numa Igreja quase
cheia, me senti tremendamente sozinho, outra vez sozinho e triste, era o mesmo
vento de 67 anos atrás e bateu não só aquela primeira tristeza, mas uma outra,
pesada e doida. O porquê disso, a tristeza pesada, mais pesada do que a
lembrança da lembrança era o que? Uma coincidência! O vento, mesmo vento, me
levou a lembrança do ontem, já tão longe e do hoje, um presente do passado
diante de um aqui e agora, um presente do presente. Uma saudade ferrenha das
duas casas e dos dois personagens. Essa
é a primeira parte do Duas Casas e Quatro Personagens, onde referenciamos duas
delas, duas das quatro personagens.
Numa segunda parte, agora nos finais de
2017, acompanhávamos um programa de televisão onde o apresentador levava um
grande prêmio de sorteio para ser entregue nos extremos do Estado do Maranhão;
saiu de São Paulo, Sudeste do país, indo ao extremo do Nordeste e muito pra lá da
Ilha de São Luiz, São Luiz do Maranhão. O ganhador do prêmio mora no Bacuri,
perto de Cururupu, muito além de São Luiz, ainda além de Alcântara - onde está
o Centro de Lançamentos de Alcântara – O CLA- local de lançamentos de foguetes
da Força Aérea Brasileira. O Bacuri é muito depois de Alcântara, que divisa com
Pinheiro, terra natal de nosso outro personagem, terceiro dos quatro. Não sabia
que Pinheiro, terra de José Pedro Amengol, ficava tão longe, tão nos píncaros
do Maranhão. Pinheiro nos leva a Pedro
Amengol e Pedro nos leva ao quarto personagem, José Gabriel do Nascimento; pela
ordem conheci primeiro Gabriel e depois o Sr. Pedro Amengol.
Em
Belo Horizonte, nos Correios, no qual eu construí minha vida, tínhamos um
novo Diretor Regional de Correios Pedro Amengol, e um
dos principais assessores de Diretoria, José Gabriel, e eu Mário, trabalhando
no Centro de Educação Coorporativa –CECOR- como instrutor temporário. Um dia
pela manhã, no CECOR, em 2013, o telefone toca e é Cleusa Gosling:
_ Seu Mário, Nossa
Senhora me disse que ti telefonasse, contando o meu caso, pedisse e descansasse!
_ Mas como Cleusa? O
que posso fazer? Não tenho cargo de confiança, não mando nada!
_ Eu não sei de nada,
após ter pedido a “Deus e ao mundo”, Ela mandou que eu pedisse ao senhor!
E agora, fazer o que? Pedir a quem? Foi ai que me lembrei do jovem da Seção de Avaliação
de Desempenho, no CECOR, Gabriel, o conheci lutando para fechamento da avaliação
anual do pessoal dos Correios de Minas Gerais, correndo atrás dos resultados
com dedicação e competência; este jovem era agora, Assessor do Diretor Pedro
Amengol. Não pensei duas vezes, telefonei e falei do caso da Cleusa, do que ela
precisava e duas horas depois ‘pasmem’, ela já tinha sido recebida pelo senhor
assessor e sido lotada para trabalhar no antigo Edifício Sede dos Correios em
Minas Gerais à Av. Afonso Pena 1270, assim como ela queria e precisava, a dois,
três quarteirões de sua casa. O que faz o respeito e uma boa amizade!!!
Por
um outro lado, em um dos cursos que ministrávamos e que estávamos precisando de
uma força, surge um aluno, sem pedir licença, sem se inscrever ou avisar de que
participaria, com crachá e tudo, - surpresa para mim- “... olha o Diretor está
na sala do Mário, não avisou de que estaria aqui!” tínhamos um aluno na primeira
fila, num dia inteiro de curso, participando e perguntando, não como Diretor
Regional, mas como aluno, lá estava o José Pedro Amengol. Nesse mesmo curso tínhamos, mais para os
fundos da sala um aluno, particularmente atento durante todo curso, o também
aluno, Gabriel, José Gabriel do Nascimento, então Assessor da Diretoria
Regional dos Correios.
De uma outra vez, também no CECOR, Jose
Gabriel participava conosco de um outro encontro, de um outro curso e comparece
participando do primeiro horário quando então pede licença para se ausentar, tendo
que viajar para um enterro de um ente querido na Zona da Mata. Compromisso, é além
do -compromisso, é comprometimento; não são muitas as pessoas que os têm.
Muitas pessoas que ajudaram essa Primeira
Casa, Os Correios, a ser um dos maiores correios do mundo, já fizeram e fazem
parte de uma equipe que se dedica e trabalha com afinco em prol de um novo
correio, dentro em breve, quiçá, que poderá outra vez, ser um dos melhores
Correios do mundo!
São duas casas – Correios e Colégio
Riachuelo, ambos em Belo Horizonte - que
me enchem de orgulho por ter feito parte delas, por muitos, realmente muitos
anos.
Uma vida e Quatro Personagens que Deus me
deu o privilégio de conhecer de trabalharmos juntos; duas pessoas que estão na
lembrança do Presente do Passado e duas que estão no aqui e agora, no Presente
do Presente. Como só o presente existe, como afirma Santo Agostinho, um dos
Doutores da Igreja, estes quatros personagens executaram seus trabalhos com
maestria, sabedoria e competência, e eu aprendi muito com eles, muita sabedoria
de vidas, Duas Casas e Quatro Pessoas como Escola de Vida e estes, sim, estes,
Presentes do Presente, são dois personagens que podem ajudar, que ajudam, e
muito na construção incansável de Um Novo Correio, o Novo Correios do Brasil.
Mário de Castro
Janeiro de 2018