segunda-feira, 3 de dezembro de 2018




COMO AS ESTRELAS NA TERRA

O que significa se importar com alguém ou algo? As pessoas definem isso de diversas formas, cada uma de acordo com aquilo que acham mais importantes. Importar-se com alguém não é apenas prover o que lhe é necessário para viver, mas também participar de sua vida, lhe ouvir, dar carinho e atenção. No filme “Como As Estrelas na Terra” o pai de um menino com dislexia e um professor mostra, um pai que acreditava que provendo financeiramente tudo para o filho demonstrava se importar com ele, e a resposta do professor é “importar-se é essencial, tem o poder de curar feridas – um bálsamo para a dor quando a gente se sente querido. Um abraço, um beijo, dizer 'filho eu te amo. Tem medo? Estou aqui; se cair ou falhar, eu estou a seu lado.' Dar segurança, carinho. Importar-se é isso, não é? Francisco Bandeira da Costa Neto
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O filme Como As  Estrela na Terra conta a história de um garoto de oito anos chamado Ishaan Mandkishore Awasthi. Ele mora com os pais e o irmão. No decorrer de sua infância, enfrenta inúmeros problemas, pois as pessoas que o cercam o vêem como indisciplinado e insociável. Ninguém consegue entender como seu irmão consegue destacar-se em inúmeras disciplinas e ele repetidamente cursando o 3° ano.
Em casa e na escola, este garoto não consegue satisfazer as exigências a ele impostas. Uma simples leitura pode ser um enorme desafio para ele. Escrever também é muito difícil, enxerga as letras “dançando” no papel e não consegue organizá-las de modo a formar um léxico e, consequentemente, decifrá-las. O pior é que ele não tem o acompanhamento necessário e é colocado ao ritmo normal de ensino das outras crianças e forçado a adaptar-se.
A verdade é que Ishaan tem um problema neurológico chamado “dislexia”, que causa dificuldades na escrita, leitura e soletração, porém somente após sua ida a um internato que se é detectado. O diagnóstico vem através do professor de Artes Ram Shankar Nikumbh que demonstra ter interesse de cuidar do aprendizado do pequeno aluno. Fala aos pais de Ishaan sobre “dislexia” e explica-os que o motivo do mau comportamento do garoto é devido à maneira de como ele comumente é tratado ocasionando agressividade e diminuindo a autoconfiança.
Após uma série de esforços do professor Nikumbh, Ishaan começa a recuperar sua auto-estima e percebe que sua diferença não o torna incapaz de fazer tudo que seus colegas fazem. Pelo contrário, sua inteligência é exposta aos olhos de quem o recriminava. O garoto começa a se destacar em todas as disciplinas e, principalmente, retorna à vida de criança tornando-se um orgulho para a família.
O filme Como As Estrela na Terra deve ser visto por todos aqueles que pretendem seguir – ou seguem – a carreira docente. O professor está sujeito a situações diversas, e a dislexia não pode ser um problema a interferir na vida estudantil de uma criança. Cabe ao professor assegurar o aprendizado de todos seus alunos, sem exceções, mesmo àqueles que forem considerados diferentes.

Com a colaboração de Christian Roberson e Marco Parizi
 Mário de Castro



segunda-feira, 8 de outubro de 2018



            MÉDICO DE HOMENS E DE ALMAS
                                            A história de São Lucas                    Taylor Caldwell
                                                                                        

    Fatos e coisas que talvez, só Lucas – Lucano, o Grego – médico e evangelista viveu e contou.
     Pérolas, somente pérolas da Segunda e Terceira parte do livro.

 “Seguramente Deus escolhe seus servos ao nascerem, ou talvez antes mesmo do nascimento” Epicteto

           
                               
Lucas, o único apóstolo, que não era judeu, era grego, jamais viu Cristo, tudo de seu Evangelho foi adquirido através de pesquisas, ouvindo testemunhas, a mãe de Cristo, discípulos e apóstolos. Sua primeira visita a Israel teve lugar quase um ano após a Crucificação.

Catando Pérolas, apenas algumas, ...

“... os astrônomos egípcios lhe haviam falado naquela Estrela. Era apenas uma Nova. De início, pensaram tratar-se de um meteoro. Lucano recordou a profunda emoção que sentira no coração ao Vê-la, a segurança apaixonada e sem nome que se instalara em seu âmago, a intensa alegria. Lucano viu a Estrela Luminosa -Estrela Guia-  aos cinco anos. Roma já alcançara os setecentos anos de idade e era velha, agora já tendo cometido inúmeros pecados. Nas latrinas espirituais os homens tinham abandonado sua fé e seu caráter.”  O sinal da Estrela Luminosa era uma advertência aos jovens para que não esquecesse de seu Criador.

“...jamais me esqueci de Deus. Ele perseguiu minha vida, até alguns anos atrás, quando, de súbito se afastou de mim... sinto falta de meu Velho Adversário mas Keptah me disse que Deus jamais abandona os homens; pois eu te digo que a mim Ele deixou. Há um grande silêncio onde outrora Ele estava.”

“... acho os judeus muito interessantes. Atualmente, toda Judéia ressoa com o nome de um mestre judeu, um Jesus de Nazaré. Os oficiais foram convidados a jantar com Herodes Antipas, que é homem cauteloso, e que parece, a esta altura andar muito preocupado; ele bebeu mais do que nós e depois se debulhou em lágrimas e falou de um João que tinha mandado matar, que agitava o povo. Um rabi judeu, obscuro, iletrado, miserável. Seria ele o Deus Desconhecido?".

“Sara escreve à Lucano: ... antes de ficar confinada ao leito eu vi Aquele que estás procurando, misturei-me com as multidões pelas ruas e toquei-Lhe as vestes. Ele voltou-se e sorriu-me compassivamente, dizendo me que não desanimasse, que minhas preces já tinham sido ouvidas“.

Prisco, irmão de Lucano, lhe deixa uma carta: “... Jesus de Nazaré, o Mestre judeu mendicante, cuja influência crescia na Judéia conta: ‘na verdade havia um mendigo que eu conhecia de vista e que era cego de nascença e em certa ocasião dei lhe esmolas. ...um dia o encontrei rodeado de muita gente excitada, e seus olhos estavam abertos e ele enxergava:  - O Filho de Deus abriu-me os olhos quando eu Lhe implorei que o fizesse’”. Bartimeu, cego de Jericó.

Ele vinha com frequência àquela cidade onde o povo é povo, é pobre e vive oprimido pelos romanos e desprezados pelos eruditos: “... Ele se aproximou das portas de Naim, e um homem morto, o único filho de uma viúva, ia sendo levado para fora. O Senhor, vendo-a teve compaixão dela, pois a mulher chorava desconsoladamente, e depois de um longo e carinhoso olhar para a mãe, Ele dirigiu-Se à padiola e fixou os olhos nos que a carregavam, e estes imediatamente ficaram imóveis. Ele levantou Sua Mão e disse ao filho morto: - ‘jovem, levanta-te, eu te digo’”
Lucano pôs a carta de lado, e de novo sentiu a pesada náusea do coração e a depressão, o imenso repúdio. Ele como médico, acreditava saber o que acontecera à Ramo: o homem vira o que desejava ver, era muito simples. Mas, o jovem que se erguera, o que estava “morto”? Também aquilo era simples demais, o homem sofrera um ataque de catalepsia. “Eu tenho muitas explicações, Lucano começou a pensar: preciso sempre raciocinar, preciso sempre afobar-me para explicar as coisas à luz da razão? Que me trouxe a razão a não ser desgosto? Entretanto, tudo quanto não é lógico me parece revoltante, infantil, mesmo profano, e, sem saber por que, começou a chorar.”

O ruído da cidadezinha penetrava naquela pobre e miserável rua. Maria vivia agora em Nazaré, e até então, devia ter quarenta e oito anos de idade: “- Sou Lucano, médico grego, Senhora, murmurou ele:  - vim de longe para ver-te pois amo e sirvo teu Filho, embora nunca O tenha visto, a não ser em meus sonhos.”

Somente para Lucas, Maria revelou o Magnificat, Cântico de Maria, que contém as mais nobres palavras de qualquer literatura.  Lucas ouviu a mãe de Cristo, por duas vezes consecutivas, em Nazaré, e então escreve seu eloquente Evangelho.


PS.
- Saulo de Tarso ou Gaio Júlio Paulo, depois Paulo de Tarso, e Lucano, o médico grego,   depois Lucas, nenhum dos dois vira o Messias em carne, pessoalmente.
- Lucas, é autor de um dos Evangelhos e de Atos. Lendas antigas o descrevem como uma pessoa fora do comum, a quem são atribuídos milagres e prodígios antes mesmo de sua conversão ao Cristianismo.
- Este livro levou quarenta e seis anos para ser escrito.

  Caldwell, Taylor, 1900-1985
Médico de homens e de almas / Taylor Caldwell; tradução
de Aydano Arruda. – 58ª ed.- Rio de Janeiro: Record, 2015
                                                                                                                                                                                  Mário de Castro
                                                                                                                                                                                  Setembro de 2018

quinta-feira, 30 de agosto de 2018


J   U   V   E   N   T   U   D   E
Cátia Regina de Castro
     
Secretamente, 
eu vou te conhecendo,
te amando.
É impossível adivinhar o que se passa na sua mente,
mas juro,
gostaria de saber.
Você é coberto de grandes mistérios,
que só o mais sábio da humanidade
pode desvendar.
Tento te conhecer mais profundamente,
mas,
teu caminho é difícil de trilhar.
Você me descobre,
mas eu não consigo te encontrar.
Somos como dois corpos,
Iguais,
mas distintos.
Um face a face com o outro,
buscando, 
Aprendendo a conhecer.
Você sou eu diante do espelho.
Imagem de fraqueza e força,
Tristeza e alegria,
JUVENTUDE,
estadia.

Primavera de 1986. Cátia Regina, Professora, é filha do Professor Mário de Castro
                                                                                


quarta-feira, 25 de julho de 2018


LÍDER-COACH, líderes criando líderes
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Líderes não são natos. Na cultura empresarial, o ser humano pode e deve ser desenvolvido e para isso acontecer deve haver um treinamento estruturado para o desenvolvimento das competências necessárias.

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“Líderes criando Líderes “


De acordo com as novas   descobertas do funcionamento cerebral, as teorias Pós-Modernas aparecem com uma nova linguagem de que o ser humano é o agente de transformação e de poder de sua vida. Muitas vezes as pessoas não conseguiam ser mais do que elas eram, não por problemas emocionais, mas por falta de aprendizado e por não terem tido alguém que as ensinassem outros modelos de comportamento. As pessoas tem um poder interno DESLUMBRANTE que dependendo da abordagem utilizada pode ser abafado ou desenvolvido. Todo ser humano é agente de sua vitória ou de sua queda; ele é a causa e não a vítima das circunstâncias.


O MAIS FASCINANTE: pequenos ajustes, aprendizados e hábitos farão de qualquer pessoa um talento capaz de escrever e rescrever a história de sua vida do jeito que ela quiser. O bom líder pode ser desenvolvido, depende de saber o que desenvolver: LÍDERES NÃO SÃO NATOS.

Na cultura empresarial, o ser humano pode e deve ser desenvolvido e para isso acontecer deve haver um treinamento estruturado para o desenvolvimento das competências necessárias. É ainda tímido, são ainda, no mundo, muito poucos os LÍDERES DESENVOLVENDO LÍDERES. Um gerente de projetos não gerencia projetos, gerencia pessoas que fazem os projetos. Jack Wel aconselha:” MUDE ANTES QUE VOCÊ PRECISE“. Lembre-se: máquinas produzem cegamente e homens são agentes de MELHORIAS.  A auto estima da pessoa aumenta à medida que ela é desafiada a aprender e conquistar metas maiores e com os resultados aumenta a confiança em suas próprias capacidades.

Pesquisas demonstram que uma das principais fontes de satisfação do ser humano está relacionada com sua capacidade de superar desafios. Numa visão de Educação Corporativa é preciso termos não somente um líder mas um LÍDER-COACH (que é o parceiro   estratégico de sua equipe), que está à frente de seus COACHEES (liderados para quem o ideal é a meta alcançada, a visão que a pessoa tem para o seu futuro de curto, médio e longo prazo. O ideal torna-se a força motora que motiva a pessoa a se desenvolver e a continuar indo em frente, mesmo quando as diversidades aumentam. O resultado desta interação de liderança não é só o aconselhamento mas também a contribuição para a busca de respostas, isto é COACHING:  Líder e liderados num processo de interação humana.
                                     
AUTOR PRINCIPAL Di Stéfano, Rhandy      
TÍTULO PRINCIPAL O líder-coach; líderes criando líderes / Randy Di Stéfano 
 PUBLICAÇÃO Rio de Janeiro, RJ; Qualitymark, 2005.


Mário de Castro


P.S.: No segundo semestre de 2016 quando resenhamos LIDER-COACH - Líderes criando Líderes, os pedidos de empréstimos do livro “choveram” e como só tínhamos, na Biblioteca dos Correios de Minas Gerais, dois exemplares do livro, foram comprados mais dois exemplares para que tivéssemos condições de atender os pedidos; além dos muitos empréstimos em Minas Gerais, fomos privilegiados com pedidos de várias outras   Diretorias de Correios no país. Ler a resenha, ou reler, é ótima oportunidade de conhecer esse livro, seja bem-vindo.

sábado, 21 de abril de 2018


A REVOLTA DE ATLAS

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 [...Atlas mostra que tudo isso é ABSOLUTO: a verdade, a realidade, o certo, toda existência, todo bem, o errado, a própria vida humana e muitas vezes a mentira (verdadeira). O errado guarda respeito pela verdade. No entanto os do MEIO (nem um lado nem outro), são os que fogem às responsabilidades, os MAUS, os CALHORDAS que silenciam diante da verdade.] Obra em três volumes.


          QUEM É JOHN GALT é a pergunta que é feita a todo momento, durante toda a obra e, é com esta pergunta que fica conhecida, inicialmente a obra de AYN RAND e que a faz ficar conhecida como uma das obras mais influentes dos Estados Unidos, pela Biblioteca do Congresso americano. A obra mostra uma característica especial dos Estados Unidos, em uma época, e onde o forte de todo o transporte é ferroviário que é totalmente administração privada, em mãos de mãos de empresários particulares e muito fortes economicamente. Toda riqueza do país é transportada por ferrovias que cortam todo o país; são linhas férreas chamadas APARELHO CIRCULATÓRIO DA NAÇÃO – trens com circuito vivo de sangue levando desenvolvimento e riquezas aos lugares mais remotos.
          Há uma visão muito clara, pelo autor, da verdadeira formação democrática dos Estados Unidos: O ÚNICO PAÍS DO MUNDO cuja riqueza não foi acumulada pelo saque, mas sim pela produção, não pela força mas pelo COMÉRCIO. O desenvolvimento industrial do país se torna o grande sustentáculo do sistema ferroviário, minas e auto-fornos são as grandes riquezas, produtoras de pontes e de trilhos, onde a força do transporte ferroviário enfrenta com ganho o transporte fluvial.
          A grande revolução e mudança de comportamento dos grandes industriais e da classe trabalhadora se inicia com a descoberta, o surgimento, de um novo produto, um novo trilho: mais resistente, mais leve e melhores preços – O AÇO.
        Toda ganância e o uso do poder, por um grupo de homens vai se apropriando de todas as indústrias, de todos os bens, destruindo valores e modificando princípios morais e humanos. Este homem, surgido da ganância e do poder se esquiva a julgar, não concorda e nem discorda e afirma não haver coisas absolutas, esquivando assim de toda e qualquer responsabilidade. Toda realidade é absoluta, a existência é absoluta e a vida humana é absoluta. Há sempre dois lados em questão na nossa vida: um certo e outro errado, mas o meio (em cima do muro, sem opinião) é sempre mau; o errado guarda respeito pela verdade, mas o do meio é um calhorda que silencia a verdade – é o produto desse novo poder, de homens que consideram a corrupção como humana e não a virtude, como se “sentir” fosse humano mas pensar não fosse e como se fosse própria do homem a premissa da morte, e não a premissa da vida. É um poder ganancioso “só pra si” que querem privar da honra e em seguida da riqueza, homens empreendedores que com seus lucros tornam viável todo e qualquer novo empreendimento; um poder em que humano é fraqueza, estupidez, vadiagem, mentira, fracasso, covardia e fraude, exilando da espécie humana o herói, o pensador, o produtor e o inventor; este um dos últimos da história da humanidade e que será o primeiro a desaparecer no processo infra-humano que pergunta “POR QUE?” no universo e não permite que nada se interponha entre essa resposta e sua mente.
          Quem é John Galt? A pergunta que não quer calar em toda obra mostrando que toda nação, todo um poder econômico que tira a propriedade coletiva de produção, corta, caça agressivamente a propriedade coletiva da mente; é uma sociedade, onde homens assim não são capazes de ver com clareza que sacrifício não é rejeitar o que não tem valor e sim o que é precioso, que não é rejeitar o mal em prol do bem, mas sim o bem em prol do mal, que não é abrir mão do que se dá valor em prol do que não se dá valor. Dar o que não vai fazer falta não é sacrifício: havendo falta, dificuldade, catástrofe surgem então as verdadeiras virtudes do sacrifício. O BEM É DEUS, UM SER CUJA ÚNICA DEFINIÇÃO É ESTAR ALÉM DO PODER DE CONCEPÇÃO DO HOMEM. 
Rand,Ayn,1905-1982
A revolta de Atlas/Ayn Rand[tradução de Paulo H.Brito-SP]RJ:sextante 2010.
Mário Castro

PS.  O projeto Textos e Resenhas nasceu da vontade de Lúcia Clarinda de que a biblioteca dos Correios em MG tivesse disponível para todos os empregados, resenhas de seus melhores livros e também de   livros mais lidos no mercado. A Revolta de Atlas, obra em três volumes, foi lida inicialmente por Lúcia Clarinda e pelo instrutor Joucerly – nosso saudoso Jô- Entusiasmados com a leitura do 1° volume - Lucinha e Jô -, Lucinha nos convida a ler a obra e resenha-la. Devorei os três livros e começou aí no CECOR MG – Centro de Educação Corporativa dos correios em Minas Gerais nosso trabalho de resenhar os melhores livros, e alguns dos livros mais lidos e vendidos, e isso nos levou também a escrever vários textos. Resenhas e Textos foi feito por mais de cinco anos com o aval inicial de Lúcia Clarinda e com o acompanhamento Técnico e literário inicial de nossa então chefe Adriany Azevedo.

sábado, 20 de janeiro de 2018


... lembranças, muitas, coincidências, não, lidos também não. VIVIDOS SIM!






Duas Casas e Quatro Personagens

          Ainda ontem outubro de 2017 recebi em casa um extrato que dizia que eu tinha direito num resquício de Pis Pasep ou FGTS, achei meio estranho mas chegou um segundo aviso e com isso fomos à Caixa Econômica Federal e nos foi informado que o valor era um saldo de FGTS, pendente do Colégio Riachuelo e dos Correios e que a Previdência Social me forneceria um documento comprobatório para o caso e eu deveria apresentar carteira profissional comprovando os dois empregos. Que surpresa, que coisa tão agradável, que lembrança extraordinária, pois estamos falando de fatos e dados do início da década de 80, regalias a mim ofertadas por duas casas que fizeram e fazem parte da minha vida.  Duas figuras: uma da professora e eterna Diretora do Colégio Riachuelo, Ady Aguiar do Carmo e outra do grande e eterno amigo Alfredo Bihel, companheiro e amigo, da Assembleia Legislativa de Minas Gerais e do antigo PSD; amigo fraterno responsável por minha ida para os Correios e responsável pelo meu retorno ao mesmo após minha primeira demissão em 1961. (Fui demitido dos Correios uma segunda vez, em 17 de novembro de 1987).  Dona Ady, Diretora do Colégio Riachuelo onde eu comecei minha vida como professor, casa e carreira onde eu joguei meu coração.   
          A vista disso e pela regalia que eu jamais esperava, resolvi, em agradecimento, mandar celebrar, na Igreja de São José, uma missa pelas almas de Ady Aguiar do Carmo e de Alfredo Bihel. Missa celebrada pelo Padre Carlos (se não estou enganado), as oito horas, excelente celebração com vários cantos, louvores e um louvor específico:  - Jesus Cristo/ Jesus Cristo/ Jesus Cristo/ Eu estou aqui ...
          Nessa Missa, durante a Consagração do Pão e do Vinho para a Comunhão, durante os cânticos, eu,  sentado na lateral esquerda da igreja, diante da primeira porta,  senti um vento frio soprando e isso  de imediato, este vento frio, me levou ao “principinho” da década de 1950, eu então com menos de 10 anos de idade,  sentado perto da escadaria da Igreja de Nossa Senhora da Paz, no Bairro  Cachoeirinha, -na velha Igreja – nos fundos do Grupo Escolar Mariano de Abreu, onde fiz meus primeiros estudos, onde fui alfabetizado. Era um vento frio, num sábado à tarde e eu esperava para as aulas de catecismo, nos Salões da Igreja. Senti uma ventania muito forte e fria, não havia “vivalma” na rua e eu me senti tremendamente sozinho, aos 10 anos de idade, a espera de uma aula de catecismo que não houve, triste e sozinho. Não sei por que “cargas d’água”, não sei se coincidência, nesse momento da celebração da Missa, da celebração da Eucaristia, senti, outra vez, aquele mesmo vento frio do tempo de menino, e agora, naquela manhã, numa Igreja quase cheia, me senti tremendamente sozinho, outra vez sozinho e triste, era o mesmo vento de 67 anos atrás e bateu não só aquela primeira tristeza, mas uma outra, pesada e doida. O porquê disso, a tristeza pesada, mais pesada do que a lembrança da lembrança era o que? Uma coincidência! O vento, mesmo vento, me levou a lembrança do ontem, já tão longe e do hoje, um presente do passado diante de um aqui e agora, um presente do presente. Uma saudade ferrenha das duas casas e dos dois personagens.  Essa é a primeira parte do Duas Casas e Quatro Personagens, onde referenciamos duas delas, duas das quatro personagens.
          Numa segunda parte, agora nos finais de 2017, acompanhávamos um programa de televisão onde o apresentador levava um grande prêmio de sorteio para ser entregue nos extremos do Estado do Maranhão; saiu de São Paulo, Sudeste do país, indo ao extremo do Nordeste e muito pra lá da Ilha de São Luiz, São Luiz do Maranhão. O ganhador do prêmio mora no Bacuri, perto de Cururupu, muito além de São Luiz, ainda além de Alcântara - onde está o Centro de Lançamentos de Alcântara – O CLA- local de lançamentos de foguetes da Força Aérea Brasileira. O Bacuri é muito depois de Alcântara, que divisa com Pinheiro, terra natal de nosso outro personagem, terceiro dos quatro. Não sabia que Pinheiro, terra de José Pedro Amengol, ficava tão longe, tão nos píncaros do Maranhão.  Pinheiro nos leva a Pedro Amengol e Pedro nos leva ao quarto personagem, José Gabriel do Nascimento; pela ordem conheci primeiro Gabriel e depois o Sr. Pedro Amengol.
          Em Belo Horizonte, nos Correios, no qual eu construí minha vida, tínhamos um novo   Diretor Regional de Correios Pedro Amengol, e um dos principais assessores de Diretoria, José Gabriel, e eu Mário, trabalhando no Centro de Educação Coorporativa –CECOR- como instrutor temporário. Um dia pela manhã, no CECOR, em 2013, o telefone toca e é Cleusa Gosling:
          _ Seu Mário, Nossa Senhora me disse que ti telefonasse, contando o meu caso, pedisse e descansasse!
          _ Mas como Cleusa? O que posso fazer? Não tenho cargo de confiança, não mando nada!
          _ Eu não sei de nada, após ter pedido a “Deus e ao mundo”, Ela mandou que eu pedisse ao senhor!
          E agora, fazer o que? Pedir a quem?  Foi ai que me lembrei do jovem da Seção de Avaliação de Desempenho, no CECOR, Gabriel, o conheci lutando para fechamento da avaliação anual do pessoal dos Correios de Minas Gerais, correndo atrás dos resultados com dedicação e competência; este jovem era agora, Assessor do Diretor Pedro Amengol. Não pensei duas vezes, telefonei e falei do caso da Cleusa, do que ela precisava e duas horas depois ‘pasmem’, ela já tinha sido recebida pelo senhor assessor e sido lotada para trabalhar no antigo Edifício Sede dos Correios em Minas Gerais à Av. Afonso Pena 1270, assim como ela queria e precisava, a dois, três quarteirões de sua casa. O que faz o respeito e uma boa amizade!!!
           Por um outro lado, em um dos cursos que ministrávamos e que estávamos precisando de uma força, surge um aluno, sem pedir licença, sem se inscrever ou avisar de que participaria, com crachá e tudo, - surpresa para mim- “... olha o Diretor está na sala do Mário, não avisou de que estaria aqui!” tínhamos um aluno na primeira fila, num dia inteiro de curso, participando e perguntando, não como Diretor Regional, mas como aluno, lá estava o José Pedro Amengol.  Nesse mesmo curso tínhamos, mais para os fundos da sala um aluno, particularmente atento durante todo curso, o também aluno, Gabriel, José Gabriel do Nascimento, então Assessor da Diretoria Regional dos Correios.
          De uma outra vez, também no CECOR, Jose Gabriel participava conosco de um outro encontro, de um outro curso e comparece participando do primeiro horário quando então pede licença para se ausentar, tendo que viajar para um enterro de um ente querido na Zona da Mata. Compromisso, é além do -compromisso, é comprometimento; não são muitas as pessoas que os têm.
          Muitas pessoas que ajudaram essa Primeira Casa, Os Correios, a ser um dos maiores correios do mundo, já fizeram e fazem parte de uma equipe que se dedica e trabalha com afinco em prol de um novo correio, dentro em breve, quiçá, que poderá outra vez, ser um dos melhores Correios do mundo!
          São duas casas – Correios e Colégio Riachuelo, ambos em Belo Horizonte -  que me enchem de orgulho por ter feito parte delas, por muitos, realmente muitos anos.
          Uma vida e Quatro Personagens que Deus me deu o privilégio de conhecer de trabalharmos juntos; duas pessoas que estão na lembrança do Presente do Passado e duas que estão no aqui e agora, no Presente do Presente. Como só o presente existe, como afirma Santo Agostinho, um dos Doutores da Igreja, estes quatros personagens executaram seus trabalhos com maestria, sabedoria e competência, e eu aprendi muito com eles, muita sabedoria de vidas, Duas Casas e Quatro Pessoas como Escola de Vida e estes, sim, estes, Presentes do Presente, são dois personagens que podem ajudar, que ajudam, e muito na construção incansável de Um Novo Correio, o Novo Correios do Brasil.


Mário de Castro

Janeiro de 2018