segunda-feira, 8 de outubro de 2018



            MÉDICO DE HOMENS E DE ALMAS
                                            A história de São Lucas                    Taylor Caldwell
                                                                                        

    Fatos e coisas que talvez, só Lucas – Lucano, o Grego – médico e evangelista viveu e contou.
     Pérolas, somente pérolas da Segunda e Terceira parte do livro.

 “Seguramente Deus escolhe seus servos ao nascerem, ou talvez antes mesmo do nascimento” Epicteto

           
                               
Lucas, o único apóstolo, que não era judeu, era grego, jamais viu Cristo, tudo de seu Evangelho foi adquirido através de pesquisas, ouvindo testemunhas, a mãe de Cristo, discípulos e apóstolos. Sua primeira visita a Israel teve lugar quase um ano após a Crucificação.

Catando Pérolas, apenas algumas, ...

“... os astrônomos egípcios lhe haviam falado naquela Estrela. Era apenas uma Nova. De início, pensaram tratar-se de um meteoro. Lucano recordou a profunda emoção que sentira no coração ao Vê-la, a segurança apaixonada e sem nome que se instalara em seu âmago, a intensa alegria. Lucano viu a Estrela Luminosa -Estrela Guia-  aos cinco anos. Roma já alcançara os setecentos anos de idade e era velha, agora já tendo cometido inúmeros pecados. Nas latrinas espirituais os homens tinham abandonado sua fé e seu caráter.”  O sinal da Estrela Luminosa era uma advertência aos jovens para que não esquecesse de seu Criador.

“...jamais me esqueci de Deus. Ele perseguiu minha vida, até alguns anos atrás, quando, de súbito se afastou de mim... sinto falta de meu Velho Adversário mas Keptah me disse que Deus jamais abandona os homens; pois eu te digo que a mim Ele deixou. Há um grande silêncio onde outrora Ele estava.”

“... acho os judeus muito interessantes. Atualmente, toda Judéia ressoa com o nome de um mestre judeu, um Jesus de Nazaré. Os oficiais foram convidados a jantar com Herodes Antipas, que é homem cauteloso, e que parece, a esta altura andar muito preocupado; ele bebeu mais do que nós e depois se debulhou em lágrimas e falou de um João que tinha mandado matar, que agitava o povo. Um rabi judeu, obscuro, iletrado, miserável. Seria ele o Deus Desconhecido?".

“Sara escreve à Lucano: ... antes de ficar confinada ao leito eu vi Aquele que estás procurando, misturei-me com as multidões pelas ruas e toquei-Lhe as vestes. Ele voltou-se e sorriu-me compassivamente, dizendo me que não desanimasse, que minhas preces já tinham sido ouvidas“.

Prisco, irmão de Lucano, lhe deixa uma carta: “... Jesus de Nazaré, o Mestre judeu mendicante, cuja influência crescia na Judéia conta: ‘na verdade havia um mendigo que eu conhecia de vista e que era cego de nascença e em certa ocasião dei lhe esmolas. ...um dia o encontrei rodeado de muita gente excitada, e seus olhos estavam abertos e ele enxergava:  - O Filho de Deus abriu-me os olhos quando eu Lhe implorei que o fizesse’”. Bartimeu, cego de Jericó.

Ele vinha com frequência àquela cidade onde o povo é povo, é pobre e vive oprimido pelos romanos e desprezados pelos eruditos: “... Ele se aproximou das portas de Naim, e um homem morto, o único filho de uma viúva, ia sendo levado para fora. O Senhor, vendo-a teve compaixão dela, pois a mulher chorava desconsoladamente, e depois de um longo e carinhoso olhar para a mãe, Ele dirigiu-Se à padiola e fixou os olhos nos que a carregavam, e estes imediatamente ficaram imóveis. Ele levantou Sua Mão e disse ao filho morto: - ‘jovem, levanta-te, eu te digo’”
Lucano pôs a carta de lado, e de novo sentiu a pesada náusea do coração e a depressão, o imenso repúdio. Ele como médico, acreditava saber o que acontecera à Ramo: o homem vira o que desejava ver, era muito simples. Mas, o jovem que se erguera, o que estava “morto”? Também aquilo era simples demais, o homem sofrera um ataque de catalepsia. “Eu tenho muitas explicações, Lucano começou a pensar: preciso sempre raciocinar, preciso sempre afobar-me para explicar as coisas à luz da razão? Que me trouxe a razão a não ser desgosto? Entretanto, tudo quanto não é lógico me parece revoltante, infantil, mesmo profano, e, sem saber por que, começou a chorar.”

O ruído da cidadezinha penetrava naquela pobre e miserável rua. Maria vivia agora em Nazaré, e até então, devia ter quarenta e oito anos de idade: “- Sou Lucano, médico grego, Senhora, murmurou ele:  - vim de longe para ver-te pois amo e sirvo teu Filho, embora nunca O tenha visto, a não ser em meus sonhos.”

Somente para Lucas, Maria revelou o Magnificat, Cântico de Maria, que contém as mais nobres palavras de qualquer literatura.  Lucas ouviu a mãe de Cristo, por duas vezes consecutivas, em Nazaré, e então escreve seu eloquente Evangelho.


PS.
- Saulo de Tarso ou Gaio Júlio Paulo, depois Paulo de Tarso, e Lucano, o médico grego,   depois Lucas, nenhum dos dois vira o Messias em carne, pessoalmente.
- Lucas, é autor de um dos Evangelhos e de Atos. Lendas antigas o descrevem como uma pessoa fora do comum, a quem são atribuídos milagres e prodígios antes mesmo de sua conversão ao Cristianismo.
- Este livro levou quarenta e seis anos para ser escrito.

  Caldwell, Taylor, 1900-1985
Médico de homens e de almas / Taylor Caldwell; tradução
de Aydano Arruda. – 58ª ed.- Rio de Janeiro: Record, 2015
                                                                                                                                                                                  Mário de Castro
                                                                                                                                                                                  Setembro de 2018

2 comentários:

  1. “Eu tenho muitas explicações, Lucano começou a pensar: preciso sempre raciocinar, preciso sempre afobar-me para explicar as coisas à luz da razão? Que me trouxe a razão a não ser desgosto?" Muitas vezes precisamos abrir mão da razão e simplesmente aceitar o que não tem explicação. o que não nos parece lógico. A vida é assim, Deus é assim. Eu acredito! Um dia saberemos!

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