sábado, 20 de janeiro de 2018


... lembranças, muitas, coincidências, não, lidos também não. VIVIDOS SIM!






Duas Casas e Quatro Personagens

          Ainda ontem outubro de 2017 recebi em casa um extrato que dizia que eu tinha direito num resquício de Pis Pasep ou FGTS, achei meio estranho mas chegou um segundo aviso e com isso fomos à Caixa Econômica Federal e nos foi informado que o valor era um saldo de FGTS, pendente do Colégio Riachuelo e dos Correios e que a Previdência Social me forneceria um documento comprobatório para o caso e eu deveria apresentar carteira profissional comprovando os dois empregos. Que surpresa, que coisa tão agradável, que lembrança extraordinária, pois estamos falando de fatos e dados do início da década de 80, regalias a mim ofertadas por duas casas que fizeram e fazem parte da minha vida.  Duas figuras: uma da professora e eterna Diretora do Colégio Riachuelo, Ady Aguiar do Carmo e outra do grande e eterno amigo Alfredo Bihel, companheiro e amigo, da Assembleia Legislativa de Minas Gerais e do antigo PSD; amigo fraterno responsável por minha ida para os Correios e responsável pelo meu retorno ao mesmo após minha primeira demissão em 1961. (Fui demitido dos Correios uma segunda vez, em 17 de novembro de 1987).  Dona Ady, Diretora do Colégio Riachuelo onde eu comecei minha vida como professor, casa e carreira onde eu joguei meu coração.   
          A vista disso e pela regalia que eu jamais esperava, resolvi, em agradecimento, mandar celebrar, na Igreja de São José, uma missa pelas almas de Ady Aguiar do Carmo e de Alfredo Bihel. Missa celebrada pelo Padre Carlos (se não estou enganado), as oito horas, excelente celebração com vários cantos, louvores e um louvor específico:  - Jesus Cristo/ Jesus Cristo/ Jesus Cristo/ Eu estou aqui ...
          Nessa Missa, durante a Consagração do Pão e do Vinho para a Comunhão, durante os cânticos, eu,  sentado na lateral esquerda da igreja, diante da primeira porta,  senti um vento frio soprando e isso  de imediato, este vento frio, me levou ao “principinho” da década de 1950, eu então com menos de 10 anos de idade,  sentado perto da escadaria da Igreja de Nossa Senhora da Paz, no Bairro  Cachoeirinha, -na velha Igreja – nos fundos do Grupo Escolar Mariano de Abreu, onde fiz meus primeiros estudos, onde fui alfabetizado. Era um vento frio, num sábado à tarde e eu esperava para as aulas de catecismo, nos Salões da Igreja. Senti uma ventania muito forte e fria, não havia “vivalma” na rua e eu me senti tremendamente sozinho, aos 10 anos de idade, a espera de uma aula de catecismo que não houve, triste e sozinho. Não sei por que “cargas d’água”, não sei se coincidência, nesse momento da celebração da Missa, da celebração da Eucaristia, senti, outra vez, aquele mesmo vento frio do tempo de menino, e agora, naquela manhã, numa Igreja quase cheia, me senti tremendamente sozinho, outra vez sozinho e triste, era o mesmo vento de 67 anos atrás e bateu não só aquela primeira tristeza, mas uma outra, pesada e doida. O porquê disso, a tristeza pesada, mais pesada do que a lembrança da lembrança era o que? Uma coincidência! O vento, mesmo vento, me levou a lembrança do ontem, já tão longe e do hoje, um presente do passado diante de um aqui e agora, um presente do presente. Uma saudade ferrenha das duas casas e dos dois personagens.  Essa é a primeira parte do Duas Casas e Quatro Personagens, onde referenciamos duas delas, duas das quatro personagens.
          Numa segunda parte, agora nos finais de 2017, acompanhávamos um programa de televisão onde o apresentador levava um grande prêmio de sorteio para ser entregue nos extremos do Estado do Maranhão; saiu de São Paulo, Sudeste do país, indo ao extremo do Nordeste e muito pra lá da Ilha de São Luiz, São Luiz do Maranhão. O ganhador do prêmio mora no Bacuri, perto de Cururupu, muito além de São Luiz, ainda além de Alcântara - onde está o Centro de Lançamentos de Alcântara – O CLA- local de lançamentos de foguetes da Força Aérea Brasileira. O Bacuri é muito depois de Alcântara, que divisa com Pinheiro, terra natal de nosso outro personagem, terceiro dos quatro. Não sabia que Pinheiro, terra de José Pedro Amengol, ficava tão longe, tão nos píncaros do Maranhão.  Pinheiro nos leva a Pedro Amengol e Pedro nos leva ao quarto personagem, José Gabriel do Nascimento; pela ordem conheci primeiro Gabriel e depois o Sr. Pedro Amengol.
          Em Belo Horizonte, nos Correios, no qual eu construí minha vida, tínhamos um novo   Diretor Regional de Correios Pedro Amengol, e um dos principais assessores de Diretoria, José Gabriel, e eu Mário, trabalhando no Centro de Educação Coorporativa –CECOR- como instrutor temporário. Um dia pela manhã, no CECOR, em 2013, o telefone toca e é Cleusa Gosling:
          _ Seu Mário, Nossa Senhora me disse que ti telefonasse, contando o meu caso, pedisse e descansasse!
          _ Mas como Cleusa? O que posso fazer? Não tenho cargo de confiança, não mando nada!
          _ Eu não sei de nada, após ter pedido a “Deus e ao mundo”, Ela mandou que eu pedisse ao senhor!
          E agora, fazer o que? Pedir a quem?  Foi ai que me lembrei do jovem da Seção de Avaliação de Desempenho, no CECOR, Gabriel, o conheci lutando para fechamento da avaliação anual do pessoal dos Correios de Minas Gerais, correndo atrás dos resultados com dedicação e competência; este jovem era agora, Assessor do Diretor Pedro Amengol. Não pensei duas vezes, telefonei e falei do caso da Cleusa, do que ela precisava e duas horas depois ‘pasmem’, ela já tinha sido recebida pelo senhor assessor e sido lotada para trabalhar no antigo Edifício Sede dos Correios em Minas Gerais à Av. Afonso Pena 1270, assim como ela queria e precisava, a dois, três quarteirões de sua casa. O que faz o respeito e uma boa amizade!!!
           Por um outro lado, em um dos cursos que ministrávamos e que estávamos precisando de uma força, surge um aluno, sem pedir licença, sem se inscrever ou avisar de que participaria, com crachá e tudo, - surpresa para mim- “... olha o Diretor está na sala do Mário, não avisou de que estaria aqui!” tínhamos um aluno na primeira fila, num dia inteiro de curso, participando e perguntando, não como Diretor Regional, mas como aluno, lá estava o José Pedro Amengol.  Nesse mesmo curso tínhamos, mais para os fundos da sala um aluno, particularmente atento durante todo curso, o também aluno, Gabriel, José Gabriel do Nascimento, então Assessor da Diretoria Regional dos Correios.
          De uma outra vez, também no CECOR, Jose Gabriel participava conosco de um outro encontro, de um outro curso e comparece participando do primeiro horário quando então pede licença para se ausentar, tendo que viajar para um enterro de um ente querido na Zona da Mata. Compromisso, é além do -compromisso, é comprometimento; não são muitas as pessoas que os têm.
          Muitas pessoas que ajudaram essa Primeira Casa, Os Correios, a ser um dos maiores correios do mundo, já fizeram e fazem parte de uma equipe que se dedica e trabalha com afinco em prol de um novo correio, dentro em breve, quiçá, que poderá outra vez, ser um dos melhores Correios do mundo!
          São duas casas – Correios e Colégio Riachuelo, ambos em Belo Horizonte -  que me enchem de orgulho por ter feito parte delas, por muitos, realmente muitos anos.
          Uma vida e Quatro Personagens que Deus me deu o privilégio de conhecer de trabalharmos juntos; duas pessoas que estão na lembrança do Presente do Passado e duas que estão no aqui e agora, no Presente do Presente. Como só o presente existe, como afirma Santo Agostinho, um dos Doutores da Igreja, estes quatros personagens executaram seus trabalhos com maestria, sabedoria e competência, e eu aprendi muito com eles, muita sabedoria de vidas, Duas Casas e Quatro Pessoas como Escola de Vida e estes, sim, estes, Presentes do Presente, são dois personagens que podem ajudar, que ajudam, e muito na construção incansável de Um Novo Correio, o Novo Correios do Brasil.


Mário de Castro

Janeiro de 2018  

7 comentários:

  1. Parabéns pelo texo, Mário. Texto interessante e diferente de seus anteriores (resenhas). Grande abraço, Oscar Santiago.

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  2. Lembranças, saudades, solidão, paz. VIDA!

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  3. O facebook me lembrou hoje do seu texto Duas casas e quatro personagens. Texto lindo pra quem endende o significado. Saudade de vc meu amigo.

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  4. Olá Mário!!! Estudei no Riachuelo do jardim até o 6° ano, no ano em que encerrou suas atividades. Conheci a dona Ady e dona Leila. Memórias q guardo c carinho daquela escola.

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    1. Olá beth, que bom e que prazer saber disso, será que foi minha aluna também ? Gostaria que fosse um dos meus seguidores e peço licença para lhe enviar meus trabalhos, a cada vez que os publicos e para isso gostaria de ter seu email.Nos honrou muito sua leitura e seu comentário, forte abraço.

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    2. Olá Beth: na esperança de que estejas bem lá prás depois do Atlântico já tentei conectar com você nas não consegui; estou insistindo porque tê-la como leitora é um grande prazer e saber que esteve conosco no Riachuelo maior prazer ainda, ter o seu email me dá condições de comunicar com você a cada resenha que eu publique, no possível aguarde com forte abraço.

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