quarta-feira, 11 de maio de 2022

 

 

PALAVRAS

 


Nesta casa iniciei a busca de um sonho; nessas casas - O Colégio Riachuelo – comecei a sonhar em ser professor, um aprender e ensinar, uma caminhada de 49 anos para descobrir que aprendi muito mais que ensinei, e conclui que o processo de educação é um eterno buscar.


Iniciamos aqui no Colégio Riachuelo, no dia doze de março de 1969; um iniciar de encontros que marcaram uma constante de tempos idos e vividos, onde estava nesse momento toda crença, todo poder de querência diante do nosso próprio pensar, diante do nosso próprio pregar, do transmitir de que o longe é um lugar que não existe, de que não há passado e nem futuro, mas sim um presente constante, o aqui e o agora. Dezessete anos de Riachuelo, quinze anos de rasteio em perseguição a um objetivo, o de criar e recriar, pela força do diálogo, o binômio utópico da real relação de - EDUCANDO E EDUCADOR - e o pregar constante de uma escalada do faz-de-conta, sem nota e sem presença, existindo apenas pelo prazer de encontrar, de discutir ideias,  de fazer e refazer pensamentos,  de derrubar com todas as forças as “viseiras“, não de massificar mas de encontrar, mostrar caminhos, “fazer cabeças“ com o convite insistente,  constante de fazer de sua vida um eterno buscar.

Talvez tudo, todo este tempo, todo o processo inicial de transformação, de construção não tenha passado de mero sonho, mas de um buscar do presente real de diferenciação de ser e ser, entre varrer e varrer o laboratório destes sonhos, destas buscas, deste “tête-à-tête”; foi nesta Escola - O Riachuelo - que comecei minha vida, o faz-de-conta; aqui tivemos oportunidade de oferecer a pouca, a insignificância que tínhamos, mas que era e sempre foi o de melhor que possuíamos.

Nada é mais importante do que o poder de crença – creia e busque, busque e acredite, faça disto uma filosofia de vida, seja você mesmo, custe o que custar, a cada instante, a cada momento e por toda vida.

 

Do amigo e companheiro Mário de Castro

Colégio Riachuelo, agosto de 1983

 

4 comentários:

  1. Quem conviveu com o professor Mário entende perfeitamente o que significa pra ele o seja vc mesmo, custe o que custar e por toda a vida.
    Sempre nos ensinou com diálogo fácil, sem impor ponto de vista mas com argumentos que nos levava a boas reflexões.
    Parabéns Mário de Castro. Vc continua o mesmo.
    Um abraço.

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  2. Só quem convive com o professor Mário de Castro, meu pai, sabe da importância da educação da sala de aula em sua vida. Lecionar e educar foi e sempre será sua paixão. E foi, aí no Colégio Riachuelo, que tudo começou, alastrou-se por suas veias e nunca mais parou. Tempos IDOS E VIVIDOS, lembranças sempre presentes em sua vida!
    Parabéns!

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  3. Lembro-me bem naquele período, quando mesmo depois da exaustiva jornada na Ect, se deslocava para as aulas do Colégio Riachuelo.
    E já era visível a todos o seu sentimento de orgulho e satisfação de lecionar nesta escola.
    Parabéns pela nobre escolha de ser professor.

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  4. Caríssimo professor, em relação a está linda oportunidade/homenagem, embora tardia, só tenho a agradecer pela oportunidade e honra em poder ter trabalhado ao seu lado bem como ter tido o privilégio de aprender muito com o professor. Só gratidão a Deus....muitos colegas não tiveram essa mesma sorte, ou em sua pequenez não tiveram a sabedoria de aproveitarem momentos de desfrutar de seus conhecimentos. O nosso tempo foi pequeno, mas o aprendizado muito grande e importante em minha trajetória enquanto ser humana. Obrigada professor e continue nos proporcionando esses conhecimentos.

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