PALAVRAS
Nesta casa
iniciei a busca de um sonho; nessas casas - O Colégio Riachuelo – comecei a
sonhar em ser professor, um aprender e ensinar, uma caminhada de 49 anos para
descobrir que aprendi muito mais que ensinei, e conclui que o processo de
educação é um eterno buscar.
Iniciamos aqui no Colégio Riachuelo, no dia doze de
março de 1969; um iniciar de encontros que marcaram uma constante de tempos
idos e vividos, onde estava nesse momento toda crença, todo poder de querência
diante do nosso próprio pensar, diante do nosso próprio pregar, do transmitir
de que o longe é um lugar que não existe, de que não há passado e nem futuro,
mas sim um presente constante, o aqui e o agora. Dezessete anos de Riachuelo,
quinze anos de rasteio em perseguição a um objetivo, o de criar e recriar, pela
força do diálogo, o binômio utópico da real relação de - EDUCANDO E EDUCADOR - e
o pregar constante de uma escalada do faz-de-conta, sem nota e sem presença,
existindo apenas pelo prazer de encontrar, de discutir ideias, de fazer e refazer pensamentos, de derrubar com todas as forças as “viseiras“,
não de massificar mas de encontrar, mostrar caminhos, “fazer cabeças“ com o
convite insistente, constante de fazer
de sua vida um eterno buscar.
Talvez tudo, todo este tempo, todo o processo
inicial de transformação, de construção não tenha passado de mero sonho, mas de
um buscar do presente real de diferenciação de ser e ser, entre varrer e varrer
o laboratório destes sonhos, destas buscas, deste “tête-à-tête”; foi nesta
Escola - O Riachuelo - que comecei minha vida, o faz-de-conta; aqui tivemos
oportunidade de oferecer a pouca, a insignificância que tínhamos, mas que era e
sempre foi o de melhor que possuíamos.
Nada é mais
importante do que o poder de crença – creia e busque, busque e acredite, faça
disto uma filosofia de vida, seja você mesmo, custe o que custar, a cada instante,
a cada momento e por toda vida.
Do amigo e companheiro Mário de Castro
Colégio Riachuelo,
agosto de 1983