GERAÇÃO Y
“Talvez seja este o aprendizado
mais difícil: manter o movimento permanente, a renovação constante, a vida
vivida como caminho e mudança.” Maria Helena Kühner (dramaturga e pesquisadora).
Um executivo chega em casa, depois de uma dia de trabalho, e sua
filha, no quarto, completamente concentrada, levantou-se e veio dar-lhe um
beijo. Ele pergunta sobre seu dia e também, sobre o que está fazendo. Ela
responde ao pai que, no dia seguinte, teria de entregar um trabalho que
valia importantes pontos em suas notas no colégio. Vendo a responsabilidade
da filha com o compromisso, disse que a deixaria à vontade para estudar e
que, antes de dormir, falaria com ela novamente.
No final da noite,
voltando ao quarto da filha para desejar-lhes um bom descanso,
ficou perplexo com a cena que encontrou. TV ligada no canal Discovery;
fones ouvindo música no iPod, com o computador ligado e conectado na
internet, com três sites abertos (o Google, um blog colorido e o site de
relacionamento Orkut) e também com o Word e o PowerPoint
acionados, teclando com cinco amigas no MSN, além de estar com o celular
na mão enviando um SMS para um colega. TUDO AO MESMO TEMPO. Qual a reação,
o que fazer? E o trabalho para o dia seguinte? Não havia nenhum
livro,(nenhuma Barsa!) sendo usado como base para o trabalho, o pai tem
então o “CHOQUE DA GERAÇÃO Y”. O executivo não tinha chegado nem perto
de imaginar que todas essas ferramentas estavam funcionando simultaneamente
e que a integração dessas atividades permitiria que a filha chegasse a um
resultado positivo, no trabalho para o dia seguinte.
Isto hoje
está longe de ser um caso isolado de uma adolescente excepcional, dotada
de inteligência superior; é cada vez mais comum nas famílias e em todo
mundo. Vivemos um tempo de intensas mudanças, em um tempo singular em que
percebemos inúmeros acontecimentos à nossa volta. Todos acompanhados de
uma afinidade de informações e chegando pelos mais variados meios.
Geração Y são os
nascidos entre 1980 e 1999 e que agora chegam à vida adulta e ao mercado
de trabalho, extremamente informados e interferindo diretamente nos destinos
da sociedade. Eles nasceram de famílias estruturadas em um modelo mais
flexível, onde o convívio com os pais é bastante diferente do que havia
nas gerações anteriores, cabendo-lhes o destino de modificar profundamente
os paradigmas e premissas estabelecidos. No entanto isso não
pode acontecer sem se considerar as características que formaram as
gerações anteriores, que ainda interferem bastante no futuro de nossa
sociedade.
Uma BELLE
ÉPOQUE de nossos avós e bisavós nascidos em 1930 e 1940 presente nas artes, na
literatura e no cinema emergente, um período dramático para educar os
filhos, (chamados geração tradicional) com poucas alternativas para o
desenvolvimento dos jovens.
GERAÇÃO X,
era chegado o tempo das revoluções entre os anos 1960 e 1980 a
geração BABY BOOMERS assumia sua vida adulta protestando contra tudo e
contra todos, praticamente contra tudo que estava estabelecido. O
surgimento da TV afeta de forma significativa esta geração (desde os
horários de refeições, deveres de casa até o horário de ir para cama).
Agora jovens pais – geração baby boomers – tem uma “moeda de troca” na
educação dos filhos da geração Y. Muitos pais tiveram êxito em transferir
a seus filhos valores e conceitos que aprenderam na juventude, conseguindo
assim, o desenvolvimento dos jovens na construção de uma família exemplar,
como a de seus pais. Foi uma geração marcada pelo pragmatismo e
pela autoconfiança em suas escolhas, que buscou promover a igualdade de
direitos e de justiças em suas decisões.
A realidade
hoje é a convivência, em um só lugar, de bisavós, avós, pais, filhos e netos.
É no relacionamento entre estas cinco gerações que está a chave para o
resgate do equilíbrio necessário para estes novos tempos.
Questionar,
questionar e questionar. Por que esta geração Y pergunta tanto?
Os pensadores da Geração X pregavam e continuam insistindo, com esta nova
geração, que, O MUNDO É CONSTRUÍDO COM PERGUNTAS E NÃO COM RESPOSTAS. É
preciso considerar que questionamento hoje, desta nova geração não é
contestação ou desafio ao nosso conhecimento, eles vieram de um ambiente
de constantes desafios e para eles é muito importante interagir com
o mundo que o cerca. Há uma busca constante de conexão com as coisas e as
pessoas; questionar é uma forma de conectar e estes jovens da geração Y
estão mudando muitas verdades que aprendemos em nossa juventude, eles
querem respostas diretas e claras, exigem transparências de seus pais e e
de seus líderes e estão dispostos a lutar por seus sonhos.
Segundo o
autor a geração Y precisa de nossa atitude, de nossa experiência, de nossa intuição
e de nossa paciência. Afinal, eles estão preparados para assumir empregos que
ainda não existem, usando tecnologias que ainda não foram inventadas, para
resolver problemas que ainda não sabemos que são problemas.
Oliveira, Sidnei
Geração Y: o nascimento de uma nova
versão de líderes
Sidnei Oliveira.- São Paulo: Integrare
Editora, 2010
Mário de Castro
Texto muito interessante, Mário. Parabéns. Reflexões interessantes sobre a convivência de gerações tão diferentes. Acredito que esta geração tem ganhos mas também muitos prejuízos relacionados a menos tempo de convivência familiar, menos contato com livros, mais dificuldade de concentração, mais dificuldade de lidar com a frustração, menor resiliência. Grande abraço!
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