DIA A DIA OU ESCOLA DE VIDA OU EMPREENDEDORISMO - um linguajar de ontem
e hoje
...Dia a Dia e Escola de Vida, como o título nos
sugere, é o caminhar corajoso de pessoas e empresa que pode ter a ousadia de
virar a pirâmide social, mostrando sua força de mudança constante e uma vontade
incontestável de um trabalho de qualidade; uma reflexão diária para nós e
nossos gestores.
Ainda ontem, quando nos falaram que aquela mocinha não enxergava, desde
que nasceu, jamais pude acreditar! Como? Ela era, já naquela época, final da
década de 50,uma das melhores empregadas da seção de estamparia da Cia. Têxtil
Belo Horizonte – como, se me parecia que ela via pelas mãos, pelo tatear, pelo
cheiro, pelo coração? COMO SE CHAMA ISTO, ESTE NÃO ENXERGAR?. Também ontem , o
“Jorge Veiga” que tinha dificuldade de andar, mas era um só sorriso e
trabalhava de esmoler, nos jardins da Igreja de São José, nos corredores norte
sul ou vice verso, em que aproveitávamos para um sinal “ da cruz “ rápido,
diante da igreja, e o pedido e resposta dele mesmo (o Jorge) – um trocado por
favor, mas... pode me dar sem trocar mesmo – Porque ele sempre sorria? Como ele
estava todos os dias no seu posto de trabalho, sem “poder” andar? NÃO SEI COMO
SE CHAMA ISTO, ESTE NÃO ANDAR? Num ontem mais próximo, não sabíamos o que
impedia( e não sei até hoje ) a aquele senhor, aparentemente jovem para a
época, de fazer, realizar maiores façanhas que fosse fora de sua pequena ilha,
numas das esquinas da Av. Afonso Pena. Só sabemos, e isto ficou registrado, que
ele estava sempre na luta - com vai seu tenente? - tô na luta, era a costumeira
resposta. COMO SE CHAMA ISTO, PRESENÇA CONSTANTE? Podemos refletir ainda no
atendimento feito na cidade de Divinópolis, para a Secretaria da saúde – até
então um dos grandes clientes do correios em Minas Gerais, com o Projeto Escola
“um caso” de Parceria, para a Escola A Vida, para jovens especiais; nos
assustamos em descobrir que aqueles jovens não falavam a minha “língua” mas,
várias outras que não tínhamos visto ou faltado coragem para aprender .
Caminha se um tanto neste mundo de Deus, nesta Escola de vida, ou NESTE,
que tenho receio e passo para NESSE, empreendimento e um novo lembrar de
alguém, já com este termo de necessidade especial( ainda muito pesado e muito
usado), porquê, talvez, o que faltasse ali naquele meio fosse só aconchego –
...meu pai, tio M, se chama buzina e seu apelido é zé Carlos! OUTRA VEZ! COMO
SE CHAMA ESTA FALTA DE POUCO,QUASE NADA, QUE É TUDO AO MESMO TEMPO? E então, em
um aprender vagaroso, num “ pari passu ”, víamos um trabalho público se
transformar, mais uma vez, nesse tal de empreendimento e havia, em alguns
propagadores ferrenhos, o querer mostrar, o usar de “ fontes, de beber/, saber”
. Será que estes, sempre estes, insisto, nobres da estamparia, do esmoler, do
jorge B, do seu tenente ou do buzina, dos desprovidos de vozes rotineiras, tem
nos levado a um novo enxergar, em vez de só ver, de ouvir e escutar? QUE “NOVA”
AÇÃO É ESTA? COMO SE CHAMA ISTO? Fé, coragem, acreditar que pode mudar o outras
“ferramentas e armas, não sabemos, de uso costumeiro” dessa nova gente, destes
novos trabalhadores para os quais, os problemas, os medos, os anseios e as
preocupações são apenas oportunidades, como faz o povo asiático( muitos deles);
ou será que beberam da obra de Dom Helder Câmara: - ser como a cana que após
esmagada, ainda produz doçura. Ou ainda, será que souberam, que nesta casa,
“neste sitio com várias fontes” já se pregava um dos melhores conceitos de
Essência que tive oportunidade de conhecer: MÍNIMO SEM DEIXAR DE SER, o que
sobra, a água-de-colônia é acidente. Noutras paragens, nesta casa maior, a
exemplo do SPI, garantimos, se tem ouvido este conceito de essência. Qualquer
que seja, ainda, o termo, o linguajar usado, não sabemos se, o mais adequado
dentre todos seria Inclusão Social, Necessidades Especiais, de identificação
deste trabalhador.
O bom é que pequenos ensaios, senhores gestores, colegas dos correios em
Minas Gerais, tem sido feito, há bastante tempo, em algumas escolas, meios
educacionais e empresas, que ousaram “virar a pirâmide”. Alguns pequenos voos,
ameaças de voos, que não sabemos dizer os nomes, já estavam imbuídos desta
ânsia( oportunidade) querendo mostrar a que vieram; forças de trabalho cheios
de “querença”, de fé e de vontade. Não são jovens que vieram para o trabalho
para mostrar ou expor necessidades, mas, sim para que pudéssemos ver, que são
capazes, independentes, libertários para a vida, para o dia a dia e ainda mais
para o trabalho. Há que se considerar a qualidade de trabalho desta nova força,
nesta casa,, há que se ver, por nossos gestores e colegas de trabalho e quiçá,
em toda empresa, que elas são, antes de tudo pessoas, trabalhadoras que poderão
estar, não com as ferramentas que temos, e que achamos quesão eficientes e
valorosas armas, mas com outras. Estes novos “tamoios”, com armas simples, que
não são as que temos mas, que são, na maioria das vezes muito mais eficazes,
praticamente 800 colaboradores de primeira qualidade, não porque precisam ser,
mas porque querem e são. Nós hoje,mais de 1184 pessoas, em nossa maioria,
precisamos refletir sobre a diferença entre precisar e querer, dar e receber,
ter coragem de saber que entre ver e enxergar mora uma diferença muito grande.
Estes colegas de inclusão social, de “possíveis, mais do que possíveis”
portadores de necessidades especiais, são, sem medo de errar, “sem medo de ser
feliz”, um alavancar, o momento da aglutinação de forças qualificadas das
grandes oportunidades de uma empresa que busca valores, entre os seus e, sem
NENHUM SENÃO.
Mário de Castro