A REVOLTA DE ATLAS
[...Atlas mostra que tudo isso é ABSOLUTO: a
verdade, a realidade, o certo, toda existência, todo bem, o errado, a própria
vida humana e muitas vezes a mentira (verdadeira). O errado guarda respeito
pela verdade. No entanto os do MEIO (nem um lado nem outro), são os que fogem
às responsabilidades, os MAUS, os CALHORDAS que silenciam diante da verdade.]
Obra em três volumes.
QUEM
É JOHN GALT é a pergunta que é feita a todo momento, durante toda a obra e, é
com esta pergunta que fica conhecida, inicialmente a obra de AYN RAND e
que a faz ficar conhecida como uma das obras mais influentes dos Estados
Unidos, pela Biblioteca do Congresso americano. A obra mostra
uma característica especial dos Estados Unidos, em uma época, e onde o
forte de todo o transporte é ferroviário que é totalmente administração
privada, em mãos de mãos de empresários particulares e muito
fortes economicamente. Toda riqueza do país é transportada por ferrovias
que cortam todo o país; são linhas férreas chamadas APARELHO CIRCULATÓRIO
DA NAÇÃO – trens com circuito vivo de sangue levando desenvolvimento e
riquezas aos lugares mais remotos.
Há
uma visão muito clara, pelo autor, da verdadeira formação democrática dos
Estados Unidos: O ÚNICO PAÍS DO MUNDO cuja riqueza não foi acumulada pelo
saque, mas sim pela produção, não pela força mas pelo COMÉRCIO. O
desenvolvimento industrial do país se torna o grande sustentáculo
do sistema ferroviário, minas e auto-fornos são as grandes riquezas,
produtoras de pontes e de trilhos, onde a força do transporte ferroviário
enfrenta com ganho o transporte fluvial.
A
grande revolução e mudança de comportamento dos grandes industriais e da
classe trabalhadora se inicia com a descoberta, o surgimento, de um novo
produto, um novo trilho: mais resistente, mais leve e melhores preços – O
AÇO.
Toda
ganância e o uso do poder, por um grupo de homens vai se apropriando de todas
as indústrias, de todos os bens, destruindo valores e modificando
princípios morais e humanos. Este homem, surgido da ganância e do poder se
esquiva a julgar, não concorda e nem discorda e afirma não haver coisas
absolutas, esquivando assim de toda e qualquer responsabilidade. Toda realidade
é absoluta, a existência é absoluta e a vida humana é absoluta. Há sempre
dois lados em questão na nossa vida: um certo e outro errado, mas o meio
(em cima do muro, sem opinião) é sempre mau; o errado guarda respeito pela
verdade, mas o do meio é um calhorda que silencia a verdade – é o produto desse
novo poder, de homens que consideram a corrupção como humana e não a
virtude, como se “sentir” fosse humano mas pensar não fosse e como se
fosse própria do homem a premissa da morte, e não a premissa da vida. É
um poder ganancioso “só pra si” que querem privar da honra e em seguida da
riqueza, homens empreendedores que com seus lucros tornam viável todo e
qualquer novo empreendimento; um poder em que humano é fraqueza,
estupidez, vadiagem, mentira, fracasso, covardia e fraude, exilando da
espécie humana o herói, o pensador, o produtor e o inventor; este um dos
últimos da história da humanidade e que será o primeiro a desaparecer no
processo infra-humano que pergunta “POR QUE?” no universo e não permite
que nada se interponha entre essa resposta e sua mente.
Quem
é John Galt? A pergunta que não quer calar em toda obra mostrando que toda
nação, todo um poder econômico que tira a propriedade coletiva de
produção, corta, caça agressivamente a propriedade coletiva da mente; é
uma sociedade, onde homens assim não são capazes de ver com clareza
que sacrifício não é rejeitar o que não tem valor e sim o que é precioso,
que não é rejeitar o mal em prol do bem, mas sim o bem em prol do mal, que
não é abrir mão do que se dá valor em prol do que não se dá valor. Dar o
que não vai fazer falta não é sacrifício: havendo falta, dificuldade,
catástrofe surgem então as verdadeiras virtudes do sacrifício. O BEM É
DEUS, UM SER CUJA ÚNICA DEFINIÇÃO É ESTAR ALÉM DO PODER DE CONCEPÇÃO DO
HOMEM.
Rand,Ayn,1905-1982
A revolta de Atlas/Ayn Rand[tradução de
Paulo H.Brito-SP]RJ:sextante 2010.
Mário Castro
PS. O projeto Textos
e Resenhas nasceu da vontade de Lúcia Clarinda de que a biblioteca dos Correios
em MG tivesse disponível para todos os empregados, resenhas de seus melhores
livros e também de livros mais lidos no
mercado. A Revolta de Atlas, obra em três volumes, foi lida inicialmente por
Lúcia Clarinda e pelo instrutor Joucerly – nosso saudoso Jô- Entusiasmados com
a leitura do 1° volume - Lucinha e Jô -, Lucinha nos convida a ler a obra e
resenha-la. Devorei os três livros e começou aí no CECOR MG – Centro de
Educação Corporativa dos correios em Minas Gerais nosso trabalho de resenhar os
melhores livros, e alguns dos livros mais lidos e vendidos, e isso nos levou
também a escrever vários textos. Resenhas e Textos foi feito por mais de cinco
anos com o aval inicial de Lúcia Clarinda e com o acompanhamento Técnico e
literário inicial de nossa então chefe Adriany Azevedo.